quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Histórias de caminhoneiros

Nunca fui caminhoneiro, mas como trabalhei durante muitos anos viajando por esse Brasilzão, tive muito contato com esses profissionais e ouvi muitas histórias e estórias. As vezes tristes, as vezes engraçadas, as vezes inverossímeis, mas sempre carregadas da paixão de quem faz da estrada o seu meio de vida. Pretendo ocasionalmente publicar algumas delas neste blog.
Para começar vai aqui um exemplo de como deve ter sido dura a vida dos pioneiros dos transportes rodoviários, quando viajavam quase sempre por estradas de terra, sem nenhum suporte e utilizando caminhões que hoje vemos nos museus.
Lá pelo início dos anos oitenta estava visitando um cliente em Taquaritinga e tive o prazer de conhecer o sr. Guido Bruzadin, fundador do Rápido Transporte Guido. Nesse dia ele me contou o início de sua trajetória, por volta de 1930, quando adquiriu um caminhãozinho e começou a transportar álcool de Igarapava para Taquaritinga. O caminhão, cabine e carroceria de madeira, tinha capacidade para transportar seis ou oito, não estou bem lembrado, tambores de 200 litros só que ele não tinha força para vencer certas subidas que haviam no trajeto com toda essa carga. Qual a solução então? Descarregar metade da carga, subir a ladeira, descarregar os tambores lá em cima, descer vazio, carregar os que haviam ficado e subir de novo para juntar o resto da carga e prosseguir viagem. E isso era feito em dois e no muque. Se fosse hoje não seria no muque e sim no Munck, mas assim, até eu...
Que dureza!

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